O Samba Esquema Novo no interlúdio entre bossa nova e MPB

Autores

  • Marcos Henrique do Amaral SEEDF Autor

Resumo

Este texto é movido pelo objetivo de identificar quais são as condições sociais de possibilidade do êxito do disco Samba Esquema Novo, de Jorge Ben, cujos traços estéticos calcam-se na performatização da raça e em seu posicionamento como “disco negroide”, em um mercado musical  informado pelo sistema de pureza denominado bossa nova, o qual propunha, de forma sumária, que alguns dos elementos acionados por aquele  artista – como a dança e a retomada de aspectos rítmico-percussivos exemplifica pela batida de seu “violão-atabaque” – fossem recalcados com vistas à pretensa modernização da canção nacional. A partir dessa inquietação, desvelamos a estreita senda de profissionalização possibilitada a um artista como Jorge Ben no limiar estético-temporal em que a bossa nova, embora ainda prestigiada como insígnia de modernidade, perdia fôlego mercadológico em favor de novos projetos lúdico-político-musicais que atendiam a novas demandas políticas, sociais e estéticas que, em sequência, originariam a sigla MMPB (moderna música popular brasileira).

 

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Publicado

01-08-2024