Memória e intertextualidade: a presença shakespeariana nas traduções brasileiras de Ulysses, de James Joyce
Palavras-chave:
Shakespeare, Ulisses, Memória, intertextualidade, TraduçãoResumo
Em O Cânone Ocidental, Harold Bloom (20113) definiu Ulisses como Ulysses como “uma curiosa amálgama de Hamlet e a Odisseia. A obra-prima de James Joyce é profundamente marcada por referências e alusões à obra shakespeariana. Esta presença do bardo se caracteriza de diversas formas, desde contribuindo para a discussão sobre o tema da paternidade até a relação entre a criação artística e a biografia do autor. Essa penetração do dramaturgo em Joyce também incide nas traduções do romance. A intertextualidade no estudo de tradução literária dialoga com as concepções de memória e labirinto. A intertextualidade, pressupõe o acesso do leitor a uma memória discursiva, coletiva e cultural. Apesar de sua amplitude na cultura literária global, a obra de Shakespeare não possui o mesmo “eco” em outras línguas e culturas que não partilham das mesmas referências culturais atreladas ao dramaturgo inglês. Este artigo pretende discutir a relação da intertextualidade com o conceito de memória coletiva por meio da reconstrução da intertextualidade shakespeariana nas versões brasileiras do romance do autor irlandês.