Tautologias e fantasmagorias: tempo para Jorge Luis Borges e James Joyce

Resumo

A característica estrutural circular do texto de Finnegans Wake (1939), publicação derradeira de James Joyce (1882-1941), somada à divisão do texto em quatro livros e à intertextualidade com o filósofo Giambattista Vico (1668-1744), suscita, de imediato, o tema da temporalidade como central para o texto mais sui generis da obra joyciana. O tempo foi uma temática central também na obra de Jorge Luis Borges (1899-1986), de que tratou tanto diretamente, em ensaios, quanto enquadrando hipóteses ficcionais. Neste artigo, aproximam-se Finnegans Wake e elucubrações borgianas a respeito de temporalidade, em especial no seu conto “A Biblioteca de Babel” (1941). Desse grande tema, enfoca-se, mais especificamente, a noção de eternidade e como ela inclui circularidade e repetição. Abordo brevemente, ainda, o que Borges escreveu a respeito dessa obra de Joyce.