Fascismo e barbárie: as manifestações artísticas sob ataques no Brasil bolsonarista
Resumo
Partindo do pressuposto de que o fascismo é uma ideologia e de que não há como destruir uma ideia no mundo fenomênico, este artigo propõe-se a analisar alguns eventos fatuais brasileiros relacionados com a ascensão do bolsonarismo, expondo, através de discursos, atos e práticas de Jair Bolsonaro e de seus partidários que, enaltecendo um patriotismo exacerbado, uma política antiesquerda como tática de combate, uma agenda armamentista e fundamentalista, mobilizaram e mobilizam uma
massa emotiva e acrítica que, ao ser instrumentalizada, apresenta-se como um séquito de uma religião política, explicitando um culto ao Chefe de Estado como ente divino, um culto ao homem violento e à violência e um culto à ignorância, manifestados, por exemplo, pelo desprezo às manifestações culturais e artísticas modernas e pelo repúdio violento aos artistas e intelectuais. Traços esses que, sob esta perspectiva analítico-crítica, podem ser compreendidos como manifestações do fascismo.