Corpo, sentido e emoção no teatro negro: Um estudo sobre narrativa e performance em “engravidei, pari cavalos e aprendi a voar sem asas”
Palabras clave:
dramaturgia afro-brasileira, corpo, performanceResumen
Neste artigo, propõe-se uma análise do espetáculo teatral Engravidei, pari cavalos e aprendi a voar sem asas, escrito por Cidinha da Silva, com direção e atuação de Lucélia Sérgio. Observa-se que o corpo se configura como elemento central na construção das narrativas das personagens, funcionando como meio de expressão e significação de experiências marcadas por opressões e resistências, tanto na atuação da atriz citada, como no texto dramatúrgico. A análise se concentra em três das sete personagens da peça: “A puta”, “A alcoólatra” e “A moradora de rua”; com o objetivo de analisar como o espetáculo “Engravidei, pari cavalos e aprendi a voar sem asas” articula corpo e emoção como estratégia de representação e resistência, tanto no texto dramatúrgico quanto na performance da atriz Lucélia Sérgio. A encenação, disponível no canal do Sesc-SP no YouTube, evidencia a potência da expressividade corporal como dispositivo narrativo e político. O referencial teórico apoia-se em autores como Merleau-Ponty (2018); Anatol Rosenfeld (2009), entre outros, que contribuem para pensar sobre a representação do corpo negro, a teatralidade e a performance como práticas políticas e estéticas