Criadores versus tecnicistas
Palabras clave:
Técnicos, Acordo Ortográfico, CriadoresResumen
Desde sua implantação no Brasil, vozes contrárias ao novo Acordo
Ortográfico de 1990 se levantaram, apresentando argumentos que, analisados criteriosamente, contrariam o peso e a verdade dos pontos de vista, tais como sua imposição pelo Brasil e sua rejeição em Portugal, como também sua elaboração por tecnicistas sem consulta aos “criadores” ou usuários da língua. Acerca do primeiro argumento, é de conhecimento que o Brasil não impôs o Acordo, como também não falta a assimilação deste em Portugal, que o aprovou oficialmente, apesar de lá também haver opositores. Sobre o segundo argumento, apesar de os criadores falarem e escreverem a língua, não estão normalmente habilitados a falar sobre a língua, como se fossem técnicos dela, de maneira que uma sistematização da norma ortográfica, que é um assunto
técnico, só com o respaldo dos técnicos pode chegar a bons resultados. Além disso, os princípios científicos que regeram a primeira sistematização técnica da ortografia portuguesa, em 1911, passaram a ser as linhas mestras das subsequentes alterações por que passou desde então. A validade desses primeiros princípios também sempre esteve presente no exercício linguístico desses criadores até a atualidade, de modo que o Acordo de 1990 dispensava ouvir novamente os utentes dos dias de hoje.