Malintzin: uma reflexão decolonial sobre a intérprete do período da invasão do México
Palabras clave:
Malintzin, Pensamento decolonial, Invasão do MéxicoResumen
Este artigo busca refletir sobre os conflitos que permeiam a figura de Malintzin, a mulher indígena alcunhada de traidora que atuou na invasão do México como intérprete, observando a construção do discurso nacionalista, que associa a sua figura a outras representações femininas que simbolizam a maternidade de modo pejorativo, com o intuito de afastar-se da mestiçagem, que, de acordo com essa perspectiva é fruto de sumissão e violação. Os estudos decoloniais nos permitem questionar as representações dos sujeitos que foram oprimidos pela empresa colonizada e, Malintzin, pode ser inserida em tal questão, pois essa mulher indígena estava em uma realidade adversa: refém primeiro de seu povo e depois pelos invasores como enfatiza Martha Robles (2019). Logo, esse pensamento decolonial propiciou o estudo de mulheres que dispuseram a (re)ler Malintzin sob uma nova ótica. As discussões foram embasadas nos estudos críticos de: Aníbal Quijano (1992; 2005); Carlos Monsiváis (2001); Cristina González (2002); Silvina Carrizo (2005); Catherine Walsh (2005); Eliane Garcindo (2013); Clarissa Pinkola Estés (2018) entre outros. O ato de reler e questionar a imagem de Malintzin torna-se importante e necessário, pois permite compreender a história dos sujeitos que foram esquecidos ou transformados de acordo com os discursos ideológicos vigentes.